Um descaso gigantesco pode estar acontecendo no combate ao coronavírus em salvador. Uma denúncia aponta que funcionários de uma Unidade de Pronto Atendimento na capital baiana podem estar infectados pelo covid-19. Por ficarem diretamente expostos ao vírus, uma vez que trabalham cuidando dos contaminados, eles têm maior probabilidade de contrair a doença. O detalhe disso tudo, é que os servidores não possuem Equipamentos de Proteção Individual com a qualidade e na quantidade certa para se protegerem.
A reportagem do MaisBa apurou, que é repassada por mês apenas uma máscara N95 para cada profissional usar, os aventais e toucas se rasgam com um simples manusear, de tão frágeis que são. Não há proteção para os pés, a maioria dos funcionários compra viseira com o próprio dinheiro para proteger o rosto, e com tudo isso ainda há atrasos de salário.
A Observação COVID tem seis leitos, e segundo a denúncia, na maioria das vezes os pacientes com suspeita são colocados no mesmo local dos já confirmados. Apenas uma enfermeira toma conta de duas alas, as quais estão sempre lotadas. Na Observação Mista ficam oito pacientes e dependendo da situação é obrigatório acompanhante, isso significa que devido ao tamanho do espaço, todos ficam amontoados neste local. Os profissionais de enfermagem não recebem treinamentos eficazes para quais medidas tomarem em caso de necessidades.
O faz de conta das propagandas continua, e esta é a realidade de apenas uma das unidades de saúde que apuramos em Salvador. Na hora do descanso há aglomeção total dos funcionários. Eles precisam dividir os dormintórios em grupos de nove pessoas, e deitam em quatro beliches e uma cama. Tudo indica que esta é uma característica comum nas UPAs da capital, nos foi sinalizado sobre este mesmo tipo de desmando em outro centro.
A Secretaria Municipal de Saúde da capital nega a falta de equipamento de proteção nas unidades médicas, e afirma que os profissionais passaram por treinamento no início do ano.