O rapaz de 20 anos detido neste fim de semana em Taubaté, no interior de São Paulo, por descumprir duas medidas protetivas ao ter contato com a ex-namorada, de 18 anos, e por ter tatuado à força o próprio nome no rosto da vítima não demonstrou remorso com os atos violentos cometidos.
A mãe da jovem, Débora Velloso Moreira, registrou um boletim de ocorrência contra o ex-namorado da filha, após ela ficar desaparecida e reaparecer com o nome dele tatuado no rosto. Agora, compartilhou com o portal Uol, áudios de conversas com o agressor pelo WhatsApp, comprovando o lado violento do homem.
Em uma das mensagens, o rapaz teria dito para a mãe da vítima: “Nada vai mudar o que vou fazer”. Segundo a mãe da jovem agredida, a troca de mensagens ocorreu há cerca de um mês. A Delegacia Seccional de Polícia de Taubaté não confirmou se recebeu as mensagens e se foi possível confirmar a autenticidade.
Em um momento da conversa, a mãe da jovem escreveu: “Por favor, tô pedindo. Para com isso. Você já bateu muito nela. Eu sei tudo o que você fez, sei de todas as ameaças”.
O rapaz respondeu em mensagem de voz: “Dona Débora, para de mandar mensagem para mim, por favor. Nada do que você falar ou deixar de falar vai mudar o que eu vou fazer. Fechou? É isso aí. Forte abraço”.
“Você a vida inteira bateu nela”, escreveu a mãe, ainda de acordo com os prints. “Corta o papinho”, retrucou o interlocutor.
“[Nome da vítima] não quer mais. É só você aceitar e viver”, insistiu a mãe.
“Devia ter pensado em tudo antes de fazer o que fez”, seguiu o interlocutor. Em seguida, ele pede para Débora e o marido o esperarem na porta de casa: “Fala pro seu marido ficar aí na frente. Não quero ver crianças nem as meninas aí. Só você e seu marido”.
De acordo com Débora, o ex-namorado da filha ameaçava a família para que a jovem continuasse com ele.
A mãe da jovem relatou à polícia que o rapaz agrediu a filha e a imobilizou para realizar a tatuagem. “Ela está com o olho roxo. E ele a forçou a gravar um vídeo autorizando a tatuagem. Minha filha falou que gravou com medo de algo pior acontecer”, disse ao Uol. “Tenho medo do que possa acontecer com minha família caso ele seja solto pela Justiça”.
O caso corre em segredo de Justiça. As investigações serão iniciadas nesta segunda-feira (23/5), pela Delegacia da Mulher de Taubaté.
Neste domingo (22), a Justiça manteve a prisão preventiva do agressor durante audiência de custódia. Ele foi encaminhado ao CDP de Taubaté.
Correio Braziliense