Equipes da Defesa Civil de Salvador (Codesal) e da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre) passaram a manhã de hoje (12) catalogando imóveis e cadastrando famílias para o pagamento do benefício do Aluguel Social na comunidade conhecida como Vila Picasso, na Capelinha do São Caetano, que fica em uma encosta com risco alto de deslizamento em função das chuvas.
O processo de cadastramento deverá ser concluído pela tarde. Segundo a Codesal, cerca de 400 famílias residem na comunidade, tanto na parte alta da encosta quanto na baixa, na Rua Voluntários da Pátria. Essas famílias precisam deixar a localidade em função do risco de deslizamento.
Como informou o vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura e Obras Públicas, Bruno Reis, que esteve ontem (11) na comunidade, as famílias que aceitarem sair e tiverem o imóvel demolido receberão o Aluguel Social de forma permanente até que a Prefeitura garanta uma nova moradia através do programa federal Minha Casa, Minha Vida ou outra iniciativa habitacional do próprio município.
“Estamos pedindo o apoio até da imprensa para esse trabalho de conscientização, para que as famílias aceitem o Aluguel Social e esse compromisso de que irão ganhar um outro imóvel, deixando este local de risco. Algumas casas precisarão ser demolidas. Quem optar por ficar, infelizmente teremos que adotar medidas judiciais, pois não vamos aceitar que a vida das pessoas seja colocada em risco”, afirmou Bruno Reis.
A encosta, cujo acesso é feito pela Travessa Candiuba, é monitorada em tempo real pela Codesal há algum tempo, contando, inclusive, com um sistema de alerta e alarme. Bruno Reis esteve ontem no local com representantes de outros órgãos municipais, a exemplo da Codesal, Secretaria de Manutenção (Seman), Superintendência de Conservação e Obras Públicas (Sucop), Limpurb, além da presença da Embasa.
Somente de lixo na encosta já foram retiradas cerca de 75 toneladas nos últimos dias. Além disso, a Seman vai atuar para garantir que o sistema de drenagem não despeje água na encosta. A Embasa se comprometeu a resolver o problema do despejo irregular de esgoto, o que também contribuí para elevar o risco de deslizamento.
“Essa é a área de risco de Salvador que a Codesal tem dedicado maior atenção em função das chuvas. É aquela com maior risco de deslizamento, ou seja, de ocorrer algum incidente. Por isso estamos presentes o tempo inteiro no local, monitorando a situação e mantendo esse diálogo com as famílias, que precisam deixar a comunidade”, afirmou o diretor-geral da Defesa Civil, Sosthenes Macêdo.
Essas são soluções temporárias, mas que não cessam o risco de incidentes, que é alto. Por isso, a Secretaria de Infraestrutura e Obras Pùblicas (Seinfra) já negocia com o governo do Estado uma solução definitiva de contenção da encosta, já que a área pertence à poligonal de intervenções da Conder. Essa solução definitiva pode, inclusive, ser feita em conjunto entre os dois entes federados.
Tribuna da Bahia