Uma mulher de 38 anos procurou a polícia de Minas Gerais no dia 12 de janeiro e denunciou que estava sendo feita escrava sexual. A mulher tinha se mudado para Camaçari em 2020, período em que os crimes começaram. As investigações são conduzidas pela Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual (DECVS), em Belo Horizonte, capital mineira.
Fingindo ser mulher, o suspeito teria passado a conversar com a vítima por um app de troca de mensagens e, ao conquistar a confiança dela, teria sugerido que ela fizesse fotos nuas, sem mostrar o rosto, para serem enviadas para o exterior. Com as fotografias em mãos, as ameaças teriam começado.
Segundo a Polícia Civil, com medo, a vítima se encontrou pessoalmente com o suspeito, que a estuprou e filmou o crime. As ameaças, então, se intensificaram, e o homem passou a obrigar a mulher a se prostituir. O dinheiro de todos os programas era encaminhado diretamente para ele.
“Ao acionar a Polícia Civil, a mulher relatou que em setembro de 2020 ela foi morar na cidade de Camaçari e na época foi procurada pelo investigado, via WhatsApp, oferecendo à vítima a possibilidade de fazer fotos nuas sem a divulgação do rosto dela. Diante da fragilidade emocional e também necessitando do dinheiro, ela acabou aceitando fazer as fotos, pensando que receberia o dinheiro e encerraria esse ‘contrato’. Porém, esse empresário que se passava por mulher para ganhar a confiança da vítima, de posse do material, começou a ameaçá-la, divulgando esse conteúdo”, explicou a delegada Larissa Mascotte, que preside i inquérito.
De acordo com as investigações, o suspeito ainda colocou um aplicativo espião no celular da vítima e passou a monitorar e controlar a localização dela, as mensagens e os contatos.
O homem já foi investigado e indiciado em 2016 por aliciar e fazer cerca de 40 mulheres escravas sexuais na Bahia. Entre os crimes que o suspeito poderá responder, estão: indução ao suicídio, perigo para a vida ou saúde de outrem, extorsão, estupro, perseguição (ou stalking), violência psicológica, invasão de dispositivo informático alheio, registro não autorizado da intimidade sexual, divulgação de cena de sexo ou de pornografia, mediação para servir a lascívia de outrem com emprego de grave ameaça, rufianismo e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.