Soraia é esposa do prefeito Doutor Pitágoras (PP), que manteve o apoio à candidatura de ACM Neto (União) a governador mesmo diante das pressões do Palácio de Ondina. Num município que é considerado reduto petista, a primeira-dama, que obteve 41 mil votos, materializou o “LulaNeto”. O atual presidente obteve 82,26% os votos no segundo turno, enquanto ACM Neto ficou com 44,67% – o governador Jerônimo Rodrigues (PT) liderou com 55,33%. O desempenho agradou o grupo do ex-prefeito.
A articulação do Palácio Tomé de Souza tenta convencer o deputado estadual Niltinho, que foi pré-candidato a prefeito de Salvador em 2020 pelo PP, a aceitar ser secretário municipal. O Política Livre apurou que não houve convite oficial para um cargo específico, mas uma sondagem inicial. Bruno Reis estaria disposto a oferecer uma pasta com peso e capilaridade política.
O PP reelegeu quatro deputados estaduais. Além de Niltinho, continuam na Assembleia em fevereiro Nelson Leal, Eduardo Salles e Antonio Henrique Júnior. Foram eleitos para o primeiro mandato Hassan de Zé Cocá e Felipe Duarte. Um dos entraves para as negociações com o prefeito da capital é que a maioria da bancada pepista ainda deseja integrar a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), apesar do discurso recente de que pode integrar a oposição.
Bruno Reis, que ainda tenta convencer o deputado federal Cacá Leão (PP) a ser secretário de Governo, deve anunciar na próxima semana as mudanças no primeiro escalão da prefeitura. Como antecipou este Política Livre, o atual secretário de Gestão, Thiago Dantas, deverá ser relocado para comandar a pasta da Educação. Já o titular da Educação, o tucano Marcelo Moreira, ficará sem cargo na prefeitura. Mas o PSDB indicará o substituto de Dantas na Gestão, que provavelmente será um quadro técnico da pasta ainda comandada por Moreira.
Antes dessa movimentação, havia a especulação de que o deputado estadual Tiago Correia (PSDB) seria secretário da Educação para permitir que o primeiro suplente do partido na Assembleia na nova legislatura, Paulo Câmara (PSDB), garantisse a continuidade do mandato. Aparentemente, essa possibilidade foi deixada de lado e, segundo apurou o site, a prioridade de Bruno Reis seria assegurar as cadeiras de Soraia Cabral e do primeiro suplente do União Brasil, Luciano Ribeiro, compromissos que o prefeito e ACM Neto teriam assumido com os dois aliados.
Para viabilizar o mandato de Luciano Ribeiro, especula-se nos corredores do Palácio Tomé de Souza que a deputada estadual reeleita Kátia Oliveira (União), primeira-dama de Simões Filho, aceitaria ser secretária de Políticas para as Mulheres. Entretanto, o prefeito do município da Região Metropolitana, Dinha Tolentino (União), ainda tem receio da possível repercussão negativa junto à população local.
Ainda existe a possibilidade de mais dois suplentes serem beneficiados na reforma administrativa de Bruno Reis, um na Câmara Federal e outro na Câmara Municipal de Salvador. O deputado federal Marcelo Nilo, que não conseguiu a reeleição pelo Republicanos e ficou no “banco de reservas”, pode ser beneficiado caso o prefeito convença a deputada federal eleita pelo partido Rogéria Santos a ser secretária de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer.
Caso o vereador Duda Sanches (União) se torne secretário, o que também seria da vontade de Bruno Reis – o edil é cotado para a pasta da Cultura e Turismo, mas não teria demonstrado interesse em aceitar esse posto -, quem assume a cadeira na Câmara Municipal é o suplente Felipe Lucas (União), atual direto.