Um policial militar da Bahia é suspeito de comandar, de dentro do Batalhão prisional da corporação, o sequestro e extorsão de Marcos Trinchão (Marquinhos), um grande e conhecido empresário do município de Pojuca.
Um documento aponta que o soldado Lenilson Santos Costa foi transferido para o presídio de Serrinha, de segurança máxima, depois de o Tribunal de Justiça entender, no dia 7 de abril, que ele desempenhou “função de liderança ou participou de forma relevante em organização criminosa”.
A vítima é o empresário do ramo supermercadista Marcos Costa Trinchão. Segundo Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Territorial de Pojuca, no dia 10 de fevereiro, ele estava na frente de um restaurante no Centro da cidade quando foi surpreendido por homens armados que estavam a bordo de um veículo, modelo Palio.
Em seguida, a família Trinchão começou a receber ameaças via telefone, seguidas de extorsões, que chegavam ao valor de R$ 1 milhão. Não há informações se alguma quantia foi paga aos bandidos, mas, até a publicação desta reportagem, o empresário não tinha sido localizado pelas forças de segurança.
De acordo com a decisão que autorizou a transferência de Lenilson do Batalhão de Choque – unidade em Lauro de Freitas que abriga os PMs presos -, o recolhimento do soldado em “estabelecimento prisional, que não seja de segurança máxima, poderá implicar risco à sociedade, já que, pelo relatório de inteligência policial, mesmo recolhido em cárcere sob a responsabilidade da Polícia Militar, o indigitado utilizou aparelho de telefonia móvel para servir de instrumento à consumação do crime que vitimou “Marquinhos”. O texto foi assinado pelo juiz Sandraque Oliveira Rios.
O magistrado observou ainda que um dos investigados presos, suspeito de ter participado do crime, Cícero dos Santos, informou ter sido “contratado por Lenilson a fim de operar a execução material do sequestro e extorsão do empresário”. A Justiça relatou que, após solicitação, foi encontrado um celular na cela do soldado. O dispositivo que roteou a ligação do sequestrador era vinculado ao e-mail do PM.
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